Entre aqueles que te pedem proteção,
estou eu também, servo humilde a quem
mandaste extinguir o flagelo da fome.
Partilhando o movimento daqueles que
te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.
faustosos, cooperando nas alegrias da
mesa farta, mas vi pobres mulheres que me
estendiam, debalde, as mãos!...
ansiosas, como se estivessem fitando
um tesouro perdido.
suor, que me contemplavam, agoniados,
rogando em silêncio, para que lhes
socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...
precisavam tanto de remédio,
mas de mim, para que pudessem atender
ao estômago torturado!...
em muitos corações desvalidos,
mudo desespero por minha causa.
estou encarcerado por aquelas mesmas
criaturas que te dizem honrar.
distraídas na moldura do supérfluo,
esquecendo que caminhaste, no mundo,
sem reter uma pedra em que repousar
a cabeça.
glória, sem perceberem, junto delas,
seus próprios irmãos fatigados e
desnutridos.
formosas dissertações em torno de teus
ensinos, aprisionam-me em gavetas e
armários, quando não me trancam sob a
tela colorida de vitrines custosas ou no
recinto escuro dos armazéns.
caridade, a dividir-me por amor,
para que eu não seja motivo à delinquência.
por misericórdia, outra vez,
a fim de que eu possa aliviar todos os
famintos da Terra, por que, um dia,
Senhor, quando ensinavas o homem a
orar, incluiste-me, entre as necessidades
mais justas da vida, suplicando também
a Deus:
Meimei
Nenhum comentário:
Postar um comentário