Há muito tempo atrás num terreiro distante
Só de pensar, queria eu fazer o tempo voltar...
Coisas tão lindas que não vemos mais
Que saudades eu tenho das Umbandas de tempos atrás
Casas humildes, no chão de terra, fogão de lenha e paredes pintadas de Cal... não existiam impérios, castelos... sem 2º andar... velas acessas, flores no jardim, cachorro no quintal.
As pessoas vão chegando, de todos os lados, ricos, pobres, uns sorriem, outros choram.
Todos se amam e se ajudam. O amor está nesse lugar e a espiritualidade está pronta para trabalhar.
As mulheres (nossas matriarcas) entravam na roda com saias rodadas, simples porém bonitas e muito bem costuradas...
A fumaça do defumador, a pemba no ar, os atabaques tocando e as palmas a ecoar.
Harmoniosas, melodiosas... Cantiga era oração, pra se emocionar.
Hoje até microfone se usa para se fazer expressar. Não se ouve a voz do filho de Umbanda, não se percebe a emoção.
Os médiuns batem cabeça e olham o alto do Gongá. Lá está nosso Pai Oxalá olhando a todos, e luzes invadem o ambiente,
As primeiras manifestações acontecem, singelas sem perder na intensidade, na força e na energia.
O Caboclo está em terra. Okê Caboclo ! Saúdam os médiuns com amor e alegria.
Pretos Velhos vinham a terra para curar, ensinar, libertar...
Hoje o povo busca nossos vovôs e vovós para seus desejos mais fúteis e barganha. Achando que entidade se compra com charuto, vela e bebidas, prometem o que podem e o que não podem...
Querem conquistar um namorado, provocar uma separação, uma pessoa amarrar.
Mas esquecem que para amar alguém, acima de tudo é preciso se amar.
Os nossos sacerdotes, mães, pais, yas, babas, padrinhos e madrinhas eram a referência de amor e devoção aos guias.
Os guias chefe exerciam a liderança e o comando espiritual de nossa caminhada.
Hoje esses guias estão calados, entristecidos, diante de tanta vaidade e tanta prepotência.
Paredes brancas e o chão da casa eram cobertas com folhas.
Bandeirinhas coloridas enfeitavam o teto do terreiro.
Tudo era lindo, simples e de muito axé.
Nossos guias estão indo embora, lágrimas eu via rolar... e quando a ''Macumba'' terminava minha barriga eu ia ''salvar''.
Em torno daquela grande mesa a turma se reunia. Bebendo um café quentinho, comendo um bolo gostoso ou uma canjica. Era tudo alegria A criançada brincava até cansar, antes de deitarem nas esteiras tomavam seu copo de guaraná.
Ai que Saudades que me dá! Só de escutar meus mais velhos contar...
Somos herdeiros dessa história. Somos filhos dessa raiz. Só depende de você para que tudo se mantenha, pra que a chama não se apague.Viva a Umbanda. Abenção aos meus mais velhos que me trouxeram até aqui.
Por Alex d Oxalá,
Adaptação do texto da Ya Omo Oba Ayiê.
Muito linda a Mensagem !!! M.Agradecida!
ResponderExcluirSempre peço ao Nosso Pai Maior p/ser merecedora da compahia dos Nossos Guias Espirituais do Bem
Que "Eles" não decepcionem com nossa atitudes,
Que não repitamos mesmos erros e
Que trabalhemos sempre com muito Amor !
Muita Luz !