Para falar de ética e moral se faz necessário definir os termos e qual a intenção deste diálogo, no meu caso prefiro discorrer sobre uma ótica geral, sem definir uma ética específica, ou seja, ética no trabalho, ética na política, ética médica, etc. para isso são necessários usar as definições que a filosofia dá aos termos e assim ficamos com o dicionário Houaiss.
Moral = Parte da filosofia que estuda o comportamento humano à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das sociedades; ética
Ética = Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Orientando a ação humana para o máximo de harmonia, universalidade, excelência ou perfectibilidade, o que implica a superação de paixões e desejos irrefletidos.
Outros termos, no mesmo dicionário são necessários para dar continuidade, ou seja;
Inteligência = Capacidade de apreender e organizar os dados de uma situação, em circunstâncias para as quais de nada servem o instinto, a aprendizagem e o hábito.
Pensamento = Faculdade que tem como objetivo o conhecimento; inteligência.
Instinto = Esquema de comportamento herdado, próprio de uma espécie de animal, que pouco varia de um indivíduo para outro ou no tempo e que parece cumprir uma finalidade a necessidade de sobrevivência do ser.
Dito isto, podemos dar continuidade ao diálogo sobre moral e ética.
Acredito que falar de moral é dizer algo que está externo, ou seja, poderíamos dizer que é o efeito da ética ou sua prática, desta forma, quando falamos de ética estamos nos remetendo ao seu resultado que são os princípios, de uma forma total e atemporal e não subjetivo quanto na sociedade mundial. Dando continuidade passamos tão somente para definição de ética, também de forma global sem fragmentar em várias éticas, onde em cada situação há uma definição, o que não é o caso neste e-mail, queremos definir a ética universal.
O termo ético procede do grego “ethos” (modo de ser, caráter) conjunto de valores morais e princípios que orientam a conduta do ser numa sociedade, ela não pode ser confundida com as leis, mas, está incluída no sentimento de justiça social. Hoje com o advento da globalização das informações e conhecimentos, é inadmissível que aceitemos apenas as definições que se dão à ética, devemos analisar e refletir de uma forma mais profunda e total, sem as armadilhas das fragmentações que o assunto dita.
O homem está subordinado a sua criação, educação e sua personalidade, dentro de algum limite, ele, após alguns anos de existência poderá ser auto-suficiente em usar sua inteligência para analisar e tomar decisões quanto a sua conduta com o outro que é o ideal da ética, o outro representa a sociedade como um todo.
Dito isto, é nas primeiras relações interpessoais que se dão as experiências com a ética, sendo evolutivas e constantes, algumas pessoas terão maiores ou menores avanços neste aprendizado, porém, sempre é chamado para esta avaliação no dia a dia. Para as pessoas que têm a ética desenvolvida e aplicada na sociedade (maioria?) têm a tendência de tratá-la (ética) como algo subjetivo em que apenas nós e que sabemos usar de forma correta a ética em todas as situações em sociedade. Isso ocorre devido á fragmentação do pensamento do homem ocidental que não consegue enxergar a floresta por ter uma árvore á sua frente!
Para termos uma ética válida para toda humanidade, independente da filosofia, religião, educação, local de nascimento ou partido que pertença, devemos usar a inteligência (veja o termo no dicionário) menos do que o pensamento e menos ainda do instinto. Pautando principalmente no outro, que deve ser considerado um irmão por razões científicas, mais do que razões teológicas.
Para compreender a ética é necessário conjugar os três verbos transitivos na primeira pessoa do singular; QUERER – PODER – DEVER
EU QUERO – O querer é direito de todos os homens, toda sociedade têm seu desenvolvimento por este ato.
EU POSSO - Todo homem e a sociedade podem fazer o que quiser.
EU DEVO - Todo homem tem obrigações que devem o não devem cumprir.
Para sermos éticos, na verdadeira acepção da palavra, devemos nos ater ao outro em todos os sentidos, pois, só assim é que teremos o retorno deste mesmo ato em nós mesmo, embora não devemos ter em mente que vamos ter recompensas por agir corretamente, deve-se criar o hábito em nosso cotidiano de forma que aos poucos o ato em si vá se introjetado em nosso inconsciente.
E aí fazemos um jogo de palavras com nossa mente; nem tudo que eu quero é bom para a coletividade e assim vou prejudicar alguém. Nem tudo eu posso fazer, pois, estarei agindo da mesma maneira com a coletividade e não devo deixar de fazer algo que possa ajudar esta mesma coletividade. Assim colocando os outros em primeiro lugar não corremos o risco de sermos antiético. Dito isto há um axioma de que todo homem egoísta é antiético.
EGOÍSMO = amor exagerado aos próprios valores e interesses a despeito dos de outrem, exclusivismo que leva uma pessoa a se tomar como referência a tudo; excessiva vaidade, pretensão, orgulho, presunção. Interesse que o ego tem por si próprio.
FICAMOS ASSIM: Nem tudo que eu quero, eu posso. Nem tudo que eu posso eu devo. Vou ser feliz quando, o que eu quero eu posso e o que posso eu devo.
Por Edson Rocha
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