Todo aquele que busca a verdade não a encontrará enquanto buscá-la.
Buscar é o primeiro passo de todo aquele que a procura e, no entanto, será também a primeira ação abandonada quando a verdade se aproximar.
A verdade é inerente a realidade, a realidade é inerente a vida e a vida é inerente ao Ser.
Imagine um peixe no oceano buscando a água. É algo semelhante ao homem que busca a verdade, quando a verdade o rodeia por todos os lados, é a sua própria realidade e é a essência de sua própria vida.
Mas afinal, o que deu errado? - Alguma coisa tem que ter dado errado - Diz a mente assumidamente lógica - Para que possamos explicar este caos do mundo em que aparentemente existimos.
Pois é aí mesmo que se encontra a solução, este mundo caótico, insano, injusto, obscuro, onde todas as pessoas nascem condenadas a morrer sem ao menos saberem qual o crime cometeram, só existe na mente daquele que o vê. (Isto me faz recordar o personagem Joseph K do livro "O processo" de Franz Kafka).
A verdade para ser conhecida, experenciada e vivenciada, depende tão somente de abandonarmos o mundo substituto que criamos, deixando de lado apegos, julgamentos, preconceitos, crenças, aprendizados, condicionamentos e limitações.
O mundo real é Uno, não existem partes separadas ou mentes isoladas. Tudo é um continuum, não há passado ou presente, tempo ou mesmo espaço.
O mundo que criamos para substituí-lo é fragmentado, as mentes estão em contantes conflitos e parecem existir separadas e isoladas, cada vida é uma pequena vida, autônoma, limitada e existente no tempo, condenada a desaparecer num determinado espaço, desintegrando-se.
O mundo substituto é representando mediante símbolos, explicado através de números que são manipuláveis conforme interesses econômicos. O homem procura se afirmar forte escondendo-se por de trás de armas que o possa protegê-lo de outros homens, o que revela a sua enorme fragilidade. O mundo substituto é insano, caótico e doente.
Como eu disse anteriormente, para conhecermos a verdade precisamos tão somente abandonar o mundo substituto, abrir mão de ídolos que nós próprios criamos, esvaziarmos a mente de todo o passado, de todo condicionamento, de toda a lavagem cerebral que recebemos desde a mais tenra infância, abrirmos mão de nossos planos e ambições que apenas nos prendem ao mundo substituto, deixarmos de nos identificar com o auto-conceito forjado a custa das experiências individuais influenciadas pelo meio que nascemos, crescemos e vivemos.
Em resumo, para conhecer a verdade basta abrir mão da mentira, descobrir a mentira e colocá-la de lado.
A verdade virá até nós, ou melhor, já está em nós, dependerá portanto, somente daquilo que escolhermos enxergar, se a realidade ou o mundo criado para substituir a realidade.
Se sobre o altar interior decidirmos olhar tão somente para nossos ídolos não conheceremos a verdade mesmo que a verdade também esteja sobre o altar.
Deus só será uma resposta quando O encontrarmos dentro de nós mesmos e desta forma realizarmos o divino em nós, pois somente Deus é capaz de conhecer a Deus.
Precisamos de cura e purificação, antes de termos acesso ao verdadeiro conhecimento, que embora presente como as águas de oceano não pode ser percebido por aqueles cuja visão encontra-se contaminada por um mundo ilusório, particular, sombra de um conjunto de percepções nascidas da vontade contrária àquela que nos criou como um só.
Portanto a verdade não pode ser descrita ou explicada por intermédio de nossos signos, fórmulas, teorias, gráficos, geometrias e números, descobrimos a verdade sendo a verdade e ao nos depararmos com a realidade de quem somos realmente.
Três grandes frases ditas por homens e oráculos conscientes da realidade ilustram de maneira exata o que eu quero dizer aqui, são elas:
"Aprender é recordar-se"
(Platão)
"Conheça-te a ti mesmo"
(Oráculo de Delfos)
"Conheça a verdade e a verdade vós libertará"
(Atribuida a Jesus Cristo pelos Evangelistas)
Portanto, a verdade sendo como um oceano, precisamos nos recordar daquilo que nas profundezas ocultas de nosso Ser encontra-se guardado, aprender o que a realidade é, é recordar-se de algo que já soubemos com total clareza um dia.
Conhecer a si mesmo é o meio para conhecermos a essência, o que está dentro não é diferente daquilo que está fora, voltando-se para dentro de nós mesmos encontraremos a chave que tanto procuramos fora de nós, ao encontrar esta chave conheceremos a verdade e esta verdade nos libertará.
E se nós somos como peixes no oceano da verdade que distância há entre o homem e a verdade?
A mesma distância que há entre a verdade imutável que está presente no todo e a ilusão que se encontra enraizada em sua própria mente.
A mesma distância que há entre aquele que dorme e àquele que despertou.
A mesma diferença daquele que se encontra com os olhos fechados e àquele que abriu os olhos e vê um sol radiante despontando numa nova aurora e sabe que a escuridão da noite já se foi.
Fonte: http://dedentrodamatrix.blogspot.com/
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