Considerada Padroeira do Povo Cigano, a história da santa remonta ao início do cristianismo. Os primeiros cristãos eram perseguidos pelos romanos e Sara, uma escrava egípcia de propriedade de José de Arimatéia foi capturada juntamente com as três Marias (Maria Madalena, Maria Salomé e Maria Jacobé).
As quatro mulheres foram colocadas em um barco que foi lançado ao oceano, sem remos e sem provisão. Por um milagre, após mais de 30 dias vagando sem rumo pelo mar, o barco aportou em Laguendoc, no Sul da França, na Ilha de Camargue, um local que seria conhecido mais tarde como Saintes Maries-de-La Mer ( traduzindo Santas Marias que vieram do Mar ).
Um grupo de ciganos que vivia por ali, socorreu as quatro mulheres e elas, em troca, levaram ao grupo os ensinamentos de Jesus, trazendo para eles a doutrina cristã.
Após a partida das chamadas "Três Marias", conta a história que Sara continuou convivendo com os ciganos e passou a ser chamada de Sara Kali, a palavra Kali significa "negra" na língua romanê.
Esta foto é original , foi tirada de Santa Sara em sua cripta na frança.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Ocorre procissão e festejos com banhos no mar. A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado, adornada de flores, jóias e lenços coloridos e levada para as águas do mar. Após o banho de mar, a imagem, volta ao altar onde os que participaram da procissão possam pedir suas graças.
Muitos buscam nos olhos de Santa Sara a obtenção das graças, pois nos olhos de Santa Sara, tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer.
Embora seja uma santa da igreja católica canonizada em 1712, até hoje a própria Igreja omite o seu culto.
Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Na Umbanda, a linha dos ciganos é uma linha independente. Vêm nessa linha espíritos que estão há milênios esperando por uma oportunidade de ensinar o caminho que leva à Deus e trabalharem na caridade, através da incorporação nos médiuns da Umbanda. Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual; se apresenta também em rituais do tipo mesa branca, no Espiritismo baseado em Allan Kardec e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza. Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação.
Os ciganos, logo no início de suas aparições na Umbanda, eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus. Tal confusão se dava porque algumas ciganas se apresentam como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, diante da manifestação do Povo Cigano e por estar o culto a eles mais difundido, sabe-se que essas entidades têm sua função e espaço próprio no plano espiritual e dentro das giras dos terreiros, tendo dias específicos para se manifestarem.
O Povo Cigano tem uma vibração semelhante a da Linha do Oriente, prestando serviço no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual. Como outras linhas de trabalho da Umbanda existem entre eles muitos magos e curandeiros, já que aprenderam a magia e a arte da cura durante seus processos reencarnatórios, e hoje, como entidades espirituais, visam fazer o bem ao próximo, trabalhando na caridade.
Suas manifestações, seja através da vibração ou da incorporação propriamente dita, são de muita alegria e alto astral, deixando em seus médiuns uma sensação de bem-estar. As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor.
Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces e frutas. Para seu culto deve ser reservada uma mesa ou altar em separado ao congá da casa. É muito comum usarem, em suas consultas, moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua para executarem seus trabalhos.
Por trabalharem também com as energias do Oriente, utilizam-se de cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro elementos da natureza. Cheios de simpatias espirituais, os espíritos ciganos trabalham para a cura de doenças da alma, olhando profundamente nos olhos dos consulentes para enxergarem o que lhes vai no espírito com a intenção de ajudarem naquilo que lhes for permitido.
Têm o Cigano Wladimir como um dos grandes chefes de tribo deste povo.
Sua saudação, na Umbanda, é Arriba e Optchá!!!
Salve o Povo Cigano!
Fontes:
muito bom.
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