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sexta-feira, 25 de março de 2011

Curadores de Dores



Sexta feira Santa. A corrente mediúnica se reúne para falar sobre Jesus e sobre seu Renascimento através da passagem (Páscoa).
Um palestrante irradiado por seu guia espiritual explanou sobre a vida do Mestre e sobre sua trajetória terrena de forma iluminada. Depois um pequeno ritual com os elementos e a distribuição de grãos de uvas imantadas, simbolizando a comunhão entre os irmãos ali presentes.
Uma atmosfera de brandura e paz se fez no ambiente, podendo-se sentir a presença dos espíritos luzeiros assistindo o evento, bem como o amparo àqueles que do outro lado, ali estavam buscando conforto para suas almas. Já era hora de encerrar, quando a médium sentiu as vibrações fortes de sua protetora e sua necessidade de se fazer presente no local, através daquela mediunidade. Era a preta velha, Vovó Benta que nos trazia a bênção de sua presença sempre tão bem vinda:
-Salve os filhos deste terreiro! Negra Velha é muito “inxirida” e não podia deixar passar essa oportunidade sem lhes dar uma mensagem. Até porque, o faço a pedido do Sr.Xangô que é o regente oficial desta casinha de caridade. Primeiramente, em nome dos espíritos que trabalham junto a vós, agradeço pelo momento de luz que criaram, propiciando auxílio a tantos quantos nem imagineis. E, com a permissão do Sr. Xangô, essa negra precisa lhes contar uma pequena história sobre a falta de humildade que já carregou na vida. -Nos idos tempos da escravidão, este espírito ocupava um corpo físico de formas perfeitas e o exibia não só entre os negros da senzala que disputavam até um olhar seu, como também provocava o sinhozinho e seus capatazes brancos. A sensualidade era sua marca e isso transparecia desde o andar até a maneira de falar e olhar. A juventude e a beleza de sua pele negra arrecadavam para si, ciúmes e inveja das outras mulheres.
Um dia, um negrinho foi mordido por cobra venenosa e por falta de remédios e cuidados de higiene, seu pé apodrecia de infecção.
Eu era a única poupada de trabalhar na lavoura e sendo assim, me encarregaram de efetuar a higiene do pé do menino e passar o remédio que as negras haviam feito. Aquilo me anojava muito e me neguei ao trabalho. Em pouco tempo o menino morreu e então começou meu inferno. Em sonhos, eu o via chorando e se lamentando de dor e toda a alegria que eu possuía foi se indo embora.
Um dia, enquanto colhia frutas para sinhazinha, pisei num espinho venenoso e meu pé infeccionou. Remédio nenhum conseguia amenizar a dor e o inchaço. Meu remorso aumentava, pois agora mais ainda, eu sabia o que era padecer sem consolo.
Numa noite, no delírio da febre alta, senti a presença do menino morto. Ele trazia um pote de água, um pano muito alvo em suas mãos e largo sorriso no rosto.
Olhei para seus pés e eu não os enxergava, pois o negrinho flutuava numa névoa translúcida. Chegou-se até meu leito e começou a lavar meu pé, o que proporcionou alívio imediato. Enquanto fazia isso, cantarolava um lamento negro que costumávamos ouvir na senzala quando ainda éramos crianças, cantado pelos negros mais idosos. Ao terminar, o negrinho ajoelhou-se e beijou minha ferida purulenta, deixando ali sua saliva curativa e me disse:
-“Bentinha, amanhã suncê vai tá boa. Mas neguinho vai fazê pedidô: num esquece de rezá pras almas dos nego desamparado e cumeça a benze”. Me curei da ferida do pé e atendi o pedido daquele espírito.
Comecei a benzer , embora isso não aliviasse minha culpa por o ter deixado morrer. Carreguei-a além túmulo. Porém, mesmo ajudando aquele povo, a vaidade que a beleza me dava, obscurecia minha visão e fechava meus ouvidos. Não havia ainda curado a pior ferida da minha alma: - O Orgulho.
Quando cheguei no mundo dos mortos, me mostraram uma cena:
-Nosso Senhor Jesus Cristo lavando os pés dos discípulos na véspera de sua paixão e morte. Por isso meus filhos, longe de me comparar à figura transcendente de N. Senhor, eu quero neste dia, pedir licença a todos para lavar vossos pés em frente a este congá. E lavando vossos pés, quero lavar as feridas que ainda carregais na alma, para aliviar a dor desta minha ferida. E assim, provocando lágrimas de emoção, Vovó Benta solicitou um alguidar com água, colocou nele folhas de manjericão e lavou, secou e beijou os pés de cada médium da corrente.
Como médium consciente, consegui captar do espírito toda a necessidade que ela ainda trazia, - embora já tendo evoluído e estando trabalhando nesta egrégora de luz que é a linha dos Pretos Velhos - de curar sua alma ferida numa encarnação onde não se permitiu salvar uma vida. Vida essa que veio salvar a sua, demonstrando uma lição ímpar de humildade e amor incondicional. E me fez repensar naqueles mendigos mal cheirosos que encontramos nas ruas das cidades e que nos causam repulsa. Em quantos deles não estarão espíritos que, ou já nos socorreram ou servirão de socorro num futuro que pode ser amanhã?
O orgulho e a empáfia nos tornam cruéis diante da vida e dos seres. Aqui, escolhemos a dedo quem merece nosso olhar, nosso sorriso, nossa atenção, nosso respeito. De certo, da mesma forma, seremos tratados acolá. Curadores de dores... é o que deveríamos ser. Porém, muito mais somos nós, julgadores e criadores de marcas, que serão dores a drenarmos num próximo corpo, se assim tivermos a sorte de tê-lo no futuro.
Paz a todos!

Leni W.S. - Abril/2009.

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Luz Crística

"Estudo, requer meditação. A meditação leva a conclusões. E as conclusões fazem com que as pessoas modifiquem os seus hábitos e suas atitudes" – Dr. Hermann (Espírito) por Altivo Pamphiro (Médium)

Positivismo

Tal como são nossos pensamentos é nossa consciência: e tal como é nossa consciência, é nossa vida.

Se plantarmos uma semente de pensamento limpo e positivo e nos concentrarmos nele, damos a ele energia, tal como o sol dá energia para uma semente na terra. E tal como a semente na terra acorda, move-se e começa a crescer, os pensamentos nos quais nos concentramos acordam, movem-se e começam a crescer.

Então, vamos semear pensamentos positivos.

A cada manhã, antes de começarmos a jornada de nosso dia, sentemo-nos em silêncio e semeemos a semente da paz.

Paz é harmonia e equilíbrio. Paz é liberdade - liberdade do peso da negatividade e do desperdício. Deixemos que a paz encontre sua morada dentro de nós. A paz é a nossa força original, nossa eterna tranquilidade de ser.]

Permita que seu primeiro pensamento do dia seja de paz. Plante essa semente.

Regue-a com atenção e você atingirá a calma.

Por Antony Strano

Obras Básicas da Doutrina Espírita - Pentateuco Espírita

O Livro dos Espíritos - Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Contendo os ensinamentos dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo. Em continuação de "O Livro dos Espíritos" por Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo - Com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida por Allan Kardec. Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade. Fé raciocinada é o caminho para se entender e vivenciar o Cristo. O Céu e o Inferno - Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte por Allan Kardec. "Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11). A Gênese - Os milagres e a predições segundo o Espiritismo por Allan Kardec. Na Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
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