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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Exus - Os Guardiões Incompreendidos



Provavelmente uma das manifestações divinas mais difíceis de entender é a dualidade. O pensamento ocidental, maniqueísta, calcado em valores devidamente distorcidos de acordo com interesses políticos e econômicos ao longo da História, estabeleceu um padrão de pensamento em que existem duas forças antagônicas: o bem e o mal, sempre em constante batalha pelo domínio do mundo e da alma de seus habitantes.

         Assim, tudo que não segue a ética e a moral ocidental-cristã é imediatamente associado à sua antítese: as forças maléficas regidas por seres do mal, chamados de demônios.

         Esse tipo de pensamento traz em si um paradoxo, já que o próprio livro sagrado do cristianismo afirma que Deus é onipresente.

Estando em todas as partes, Deus estaria também nas regiões trevosas da espiritualidade – regiões que muitos tomaram por costume chamar de inferno.

Então Deus estaria no inferno? Parece uma heresia total fazer tal afirmação, mas sendo Ele um ser onipresente, deve (ou deveria) estar em todos os lugares.

A crença de um inferno de penas eternas e governado por um ser excepcionalmente maldoso também faz parte do imaginário cristão e, dentro desse raciocínio contraditório, não haveria lugar para Deus nessa região – mesmo sendo Ele onipresente.

         Dentro da filosofia que norteia o pensamento umbandista, descartamos essa idéia de inferno. Admitimos a existência de regiões espirituais trevosas, densas, onde se encontra aqueles espíritos que não atingiram a elevação moral esperada, elevação essa que pode ser conquistada um dia, não necessariamente através de expiações, mas também do trabalho árduo na espiritualidade. No entanto, nessas regiões ainda reina uma espécie de barbárie espiritual, já que os valores morais de seus habitantes não são os mais elevados, necessitando assim de alguém que controle suas ações, não permitindo que outras esferas (como a dos encarnados, por exemplo) sejam alvos dos ataques e obsessão desses espíritos. É nesse contexto que começamos a entender o papel dos Exus, os guardiões tão incompreendidos e injustiçados, que atuam como agentes da Lei e da Ordem dentro desse princípio da dualidade divina.

         Entender Exu é entender o próprio funcionamento da Lei Maior.
 
Antes de qualquer coisa é preciso saber a diferença entre o Orixá Exu e o Exu Catiço, da Umbanda. (Catiço aqui quer dizer apenas o que entendemos por “entidade” ou “guia”)

A palavra Exu, que significa “Esfera”, remete aos cultos africanos e ao Orixá de mesmo nome.

Como bem sabemos, por diversos fatores históricos, houve no Brasil um processo chamado sincretismo, através do qual as divindades africanas foram associadas aos santos católicos. Assim, Iansã, por exemplo, que é a divindade dos raios e das tempestades, foi sincretizada com Santa Bárbara, já que essa santa também é associada aos raios e trovões.

Ogum, o Orixá guerreiro, foi sincretizado com São Jorge, o patrono militar dos católicos, e assim por diante. No entanto, com o Orixá Exu houve, ainda dentro do sincretismo, um processo de demonização. Sendo Exu a divindade ligada à fertilidade, à sexualidade e à vitalidade – inclusive carregando, em suas representações, um cetro em forma de falo – e tendo uma personalidade um tanto rebelde, como nos contam as itans (lendas africanas dos Orixás), não tardou para que fosse associado ao demônio bíblico/católico.

Assim, desde o princípio, Exu foi temido e provavelmente gostou disso, levando-se em conta seu caráter irreverente.

         Apesar da confusão em torno da natureza de Exu, não podemos esquecer e nem desprezar sua importância dentro do panteão africano e de seu funcionamento, já que ele atua como “mensageiro” ou “intermediário” entre os homens e os Orixás.

Nos cultos de Umbanda também encontramos Exu, porém não na figura de um Orixá, e sim de um espírito (entidade), um desencarnado, que viveu em Terra e procura, através do trabalho na espiritualidade, alcançar o progresso moral.

Ainda que associado a figuras demoníacas, o Exu da Umbanda é um valoroso trabalhador que, indiferente a essas interpretações calcadas em visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.

O papel do Exu numa gira de Umbanda é de fundamental importância, realizando a segurança do terreiro. Imaginem quantos kiumbas (espíritos trevosos e zombeteiros) atacariam uma tenda de Umbanda a fim de atrapalhar seus trabalhos, se não fosse a presença dos Exus, trancando a sua passagem.

         Em casos de descarregos, também são os Exus os principais agentes, pois cabe a eles a tarefa de encaminhar cada espírito, seja um pobre sofredor desorientado, ou um perigoso obsessor ao seu local de merecimento e/ou tratamento.

         Exu também é o agente da justiça kármica, sendo sua tarefa levar a cada um o que lhe é de direito ou merecimento – por isso também a confusão em torno de seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, mas muito difícil entender que os revezes da vida muitas vezes são resultado de nossas próprias ações.

         Ao contrário daquilo que falam sobre eles, os Exus são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos,      Mas também exigindo uma conduta reta deles, pois são extremamente rigorosos.


Laroyê Exu... Exu é Mojubá!

Por Douglas Fersan

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Luz Crística

"Estudo, requer meditação. A meditação leva a conclusões. E as conclusões fazem com que as pessoas modifiquem os seus hábitos e suas atitudes" – Dr. Hermann (Espírito) por Altivo Pamphiro (Médium)

Positivismo

Tal como são nossos pensamentos é nossa consciência: e tal como é nossa consciência, é nossa vida.

Se plantarmos uma semente de pensamento limpo e positivo e nos concentrarmos nele, damos a ele energia, tal como o sol dá energia para uma semente na terra. E tal como a semente na terra acorda, move-se e começa a crescer, os pensamentos nos quais nos concentramos acordam, movem-se e começam a crescer.

Então, vamos semear pensamentos positivos.

A cada manhã, antes de começarmos a jornada de nosso dia, sentemo-nos em silêncio e semeemos a semente da paz.

Paz é harmonia e equilíbrio. Paz é liberdade - liberdade do peso da negatividade e do desperdício. Deixemos que a paz encontre sua morada dentro de nós. A paz é a nossa força original, nossa eterna tranquilidade de ser.]

Permita que seu primeiro pensamento do dia seja de paz. Plante essa semente.

Regue-a com atenção e você atingirá a calma.

Por Antony Strano

Obras Básicas da Doutrina Espírita - Pentateuco Espírita

O Livro dos Espíritos - Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Contendo os ensinamentos dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo. Em continuação de "O Livro dos Espíritos" por Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo - Com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida por Allan Kardec. Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade. Fé raciocinada é o caminho para se entender e vivenciar o Cristo. O Céu e o Inferno - Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte por Allan Kardec. "Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11). A Gênese - Os milagres e a predições segundo o Espiritismo por Allan Kardec. Na Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
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