Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a sua própria natureza humana, junto com todas as suas paixões e desejos. Que o Espírito que nos deu a vida, controle também a nossa vida. Não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter ciúmes uns dos outros.
Capítulo V – versículos 24 a 26
O recado de Paulo é muito direto: crucifique a natureza humana. Crucifique as suas paixões, desejos, vontades, padrões de “certos” e “errados”, “bonitos” e “feios”, “limpos” e “sujos”.
Crucifique tudo isto, mate tudo isto, porque enquanto estes padrões humanos estiverem ativos em você sua existência será guiada pela natureza humana, pela glória material, pela felicidade material. Só quando se libertar de tudo isto poderá ser guiado conscientemente pelo Espírito que lhes deu a vida.
Deixe-me dizer algo importante: você é espírito antes, durante e depois da encarnação. Não há quebra de continuidade da existência espiritual porque o ser universal vive uma encarnação.
Esta idéia surgiu de um termo que foi utilizado em “O Livro dos Espíritos”. Lá o ser humanizado é chamado de alma, termo que possui compreensão diferenciada de espírito. No entanto, isto não existe. É por isso que para nos referirmos a ligação do ser com a consciência humana, preferimos chamá-lo de ser humanizado.
O ser universal continua existindo durante a encarnação com todas suas realidades. Ele apenas está humanizado (ligado a outro tipo de consciência que chamamos de ego), mas não deixou de ser um espírito.
Nota:
134b. As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa? Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem (O Livro dos Espíritos).
Utilizando-se o termo “alma” para definir o ser humano, a presença do espírito, do ser universal, fica difícil de ser compreendida.
É o espírito que está “vivendo” a vida carnal e não o ser humano ou a alma. Isto fica bem claro quando o Espírito da Verdade ensina que sem a união do espírito com a carne, não há vida, intelectualidade.
Nota:
136b. Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma? Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem (idem).
Veja bem. Neste planeta já foram feitos doze clones humanos. Só que eles são apenas corpos, mais nada. Permanecem deitados em uma maca sem participar da vida, sem viver.
O corpo funciona através dos aparelhos, mas não há inteligência para fazê-los se movimentar, para terem ações inteligentes. Isto porque não há inteligência (espírito) ligado a esta massa carnal.
Desta forma, não podemos dizer que a vida começou porque houve um processo biológico que criou o homem, mas ela só existe a partir do momento que Deus une o espírito à massa carnal. É isto que Paulo nos ensina, muito antes da humanidade de sequer imaginar conhecer o espermatozóide ou o óvulo, que dirá a clonagem.
A vida, portanto, é um dom divino, algo criado por Deus para servir ao espírito e não ao ser humanizado.
Sendo assim, podemos afirmar que a vida não é para ser “aproveitada” pelo ser humanizado (gozar os prazeres através da satisfação de suas paixões), mas sim pelo espírito, purificando-se e esclarecendo-se. Mas para isto, é preciso que ele aceite submisso às provas que a vida contêm para alcançar a meta que lhe foi assinada.
Nota:
O amigo espiritual refere-se ao texto da pergunta 115 de “O Livro dos Espíritos”:
Dos espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhe foi assinada. Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.
Então veja: você só está “vivo” porque é espírito e está na carne para chegar progressivamente à perfeição, conhecendo à verdade. Como conhecê-la se você como ser humanizado acha que já sabe tudo, que conhece tudo que é “certo” e “errado”?
Portanto, você já é espírito, mas precisa se desligar das verdades relativas (temporárias e individuais) que criou e com elas formou o seu ego, pelo qual se apaixonou a ponto de dizer que é você, para poder aproveitar a oportunidade que Deus está lhe dando para alcançar à perfeição.
É por isto que Paulo nos alerta: crucifique a sua natureza humana para que o Espírito que nos deu a vida a controle. A partir disto, então, nada mais tema, pois se Deus é por nós, quem poderá ser contra?
Na hora que Deus controlar a sua vida, não haverá mais medo, sofrimento ou injustiça, pois estas sensações serão substituídas pela compreensão da ação do Amor Sublime e da Justiça Perfeita.
Fonte: http://www.meeu.com.br/
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