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Nem todo
aquele que me diz “Senhor, Senhor” entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele
que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu. Mt, 7:21, 22 e 23
Dizer “Eu
sou cristão” não é o bastante para identificar aquele que segue o Cristo. O
verdadeiro cristão se reconhece pelas suas obras. Jesus disse: “uma árvore boa
não pode produzir maus frutos, nem uma árvore má produzir bons frutos”.
Que frutos
deve produzir a árvore de vida plantada pelo Cristo? Frutos de vida (amor), de
esperança e de fé. O Cristianismo vem pregando durante séculos essas virtudes
divinas; poucos, no entanto, colhem seus frutos. A árvore é sempre boa, mas os
jardineiros com freqüência têm sido maus.
Aos que
abrem ouvidos e corações às palavras do Mestre cabe cultivar a árvore de vida,
cujos frutos dão a vida eterna. Devem deixá-la tal como foi dada pelo Cristo:
sem mutilações, sem encurtar seus ramos, permitindo que sua sombra imensa se
estenda sobre o universo. Seus frutos devem sustentar quem tem sede da verdade
e quer atingir o objetivo. Não devem ser colhidos e ocultados para apodrecer
sem que sirvam a ninguém.
À semelhança
dos que acumulam e monopolizam os bens materiais, há os que querem monopolizar
o pão de vida. Não nos enfileiremos entre eles. Mantenhamos distância daqueles
que nos chamam tão-somente para nos apresentar as dificuldades do caminho.
Procuremos os
que estão famintos de verdade e sedentos de luz para trazê-los sob os ramos da
árvore de vida plantada pelo Cristo. Dividamos com eles o abrigo que ela nos
oferece. A árvore boa deve alimentar a todos com seus bons frutos.
Allan Kardec.
O Evangelho segundo o Espiritismo,
Capítulo XVIII.
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